A viagem do exército de Nabucodonosor em 'Judite' e a sua relevância na literatura judaica helenística
O Livro de Judite (134-76 A.E.C.), texto apócrifo do Antigo Testamento, escrito em grego koiné, tem atraído a atenção de pesquisadores do judaísmo antigo pelo protagonismo da heroína que dá nome ao livro. O livro possui dezesseis capítulos, porém a história de Judite se inicia somente a partir do oitavo capítulo. Essa peculiaridade suscitou debate entre os pesquisadores da obra, pois paira a dúvida sobre a relevância dos capítulos 1 a 7 para a história da heroína. Partindo desta constatação, analisaremos os primeiros capítulos do livro de Judite, que tratam da viagem do exército do rei Nabucodonosor e o propósito desta viagem, tentando identificar se essa parte da obra se enquadra como uma história global fictícia, objetivando críticas aos antigos impérios que dominaram os judeus.
The Book of Judith (134-76 B.C.E), which belongs the apocrypha literature of the Old Testament, written in koine Greek, has received a great attention from the scholars of the Second Temple Period due to the role of the heroin Judith in its narrative. The book borrows its title from the heroin Judith and its composed by sixteen chapters. However, the story of Judith begins only in the eighth chapter. This fact raised a lot of questions about the meaning of the first chapters of the book of Judith. Therefore, we will propose that the first half of the book of Judith can be classified, particularly the fictitious travel of Nebuchadnezzar ́s army, as a critical and fictitious global history of the great ancient empires which subjugated the Jews.